São Paulo, domingo, 20 de outubro de 1996 |
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Toalha molhada substitui banho
ROGERIO WASSERMANN
Dentro dos cilindros, cinco colchões servem como camas. No teto, pedaços de plástico e madeira protegem contra a chuva. Ainda assim, invariavelmente os colchões acabam sendo molhados. "Quando chove sempre molha um pouco, mas a gente fica encolhidinho para se proteger e aí um esquenta o outro", diz Maria Francisca Santana, uma das moradoras. Além da chuva, a falta de chuveiros é o principal problema da praça. "Nós pegamos uma toalha molhada e passamos pelo corpo. De vez em quando, dá para tomar banho na casa de alguém", diz ela. Para urinar e defecar, um banheiro público vizinho à praça ajuda, até as 18h. "Depois, só no mato." Com algumas panelas velhas que ganharam dos vizinhos, os moradores do trenzinho cozinham as refeições coletivas, com o alimento que algum deles consegue trazer. Uma pequena fogueira, feita com pedaços de madeira recolhidos da rua, esquenta a comida. "Dá para fazer arroz, feijão, macarrão, ou o que tiver. Nós fazemos de tudo aqui", diz Maria Francisca. (RW) Texto Anterior: Sem-teto vivem até em trenzinho de concreto Próximo Texto: Paraplégico tem casa embaixo de banca Índice |
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