São Paulo, terça-feira, 29 de outubro de 1996
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Família espera parto acampada

ENVIADO ESPECIAL A BOA VISTA

Uma família acampou, às 11h da manhã de ontem, em frente à maternidade de Boa Vista para aguardar o nascimento do bebê Eduardo Dias Eduardo.
Estavam na frente do hospital a avó do menino, Cristina Dias, e cinco tios, além do pai da criança, Orlando Eduardo.
"Nós estamos aqui torcendo, contando com a ajuda de Deus, para que os dois saiam vivos de lá de dentro", disse Lúcia Dias, tia da criança. Para o acampamento, a família levou cadeiras de praia e marmitas com refeições.
Às 15h30 nasceu Eduardo, de parto normal, com 3,15 kg.
Para a mãe do menino, Isabel Cristina, os parentes levaram tudo de casa -lençóis, roupas, toalhas, travesseiro. "Não queremos que ela use nada desse hospital", disse a tia Alessandra Dias.
Por volta das 18h, o pai do menino, Orlando Eduardo, desentendeu-se com seguranças que não queriam deixá-lo entrar com um copo de suco de laranja. "Minha mulher está com sede e o suco vai fazer bem para ela", dizia o pai.
O segurança afirmava que não era permitido entrar com alimentos no hospital. "Minha mulher não vai beber a água nem comer a comida desse lugar", disse o pai.
Após negociações, a direção do hospital permitiu que os parentes entrassem apenas com água mineral. "Nosso desejo era que ela desse à luz e fosse imediatamente para casa. Como não foi possível, viemos todos para cá até ela poder ir", disse a avó da criança.

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