São Paulo, terça-feira, 29 de outubro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Biografia oficial não conta tudo de Pareja

Caso mais famoso fica para segundo livro

MAURICIO STYCER
DA REPORTAGEM LOCAL

Um adolescente preocupado com a família, solidário com os amigos e carinhoso com as namoradas. Este é o Leonardo Pareja que sai do livro "Pareja: Vida Bandida", um relato romanceado sobre os primeiros 21 anos de vida do famoso assaltante e sequestrador goiano.
Os primeiros 35 mil exemplares começaram a chegar às bancas de jornais. Pareja, que aprovou o texto da biografia antes de ela ser impressa, receberá 10% (ou R$ 0,80) sobre cada exemplar vendido (a R$ 8,00).
Se a expectativa mais otimista da editora goiana Multicomunicação se concretizar, e as vendas chegarem a 100 mil exemplares, Pareja receberá R$ 80 mil.
"Vida Bandida" se encerra no momento em que começa a narrar o episódio que tornou Pareja célebre nacionalmente -o sequestro da estudante baiana Fernanda Viana por 59 horas e a posterior perseguição policial que sofreu por 41 dias.
"Mas essa é outra história" são as últimas palavras do livro, anunciando que a biografia de Pareja terá um segundo volume.
Esse novo livro, com detalhes sobre o sequestro, deve sair no início de 97, diz o jornalista Fernando Martins, co-autor da obra, com o jornalista Léo Alves, e dono da Multicomunicação.
Ainda sem título, o texto também trará detalhes sobre a rebelião no Centro Penitenciário Agroindustrial de Goiás (Cepaigo), liderada por Pareja, entre 28 de março e 3 de abril deste ano.
Na ocasião, os presos mantiveram como reféns o comando do setor de segurança pública e a cúpula do Judiciário goiano.
Pareja, atualmente, cumpre pena de nove anos no Cepaigo.
Duas mães
"Vida Bandida" afirma que a mãe do assaltante, Luzia Rodrigues dos Santos, na verdade não é mãe dele. "(Leozinho) é filho de Pedro Pareja com dona Ana, uma empregada doméstica que na época trabalhava para Luzia".
Luzia era 29 anos mais jovem que Pedro Pareja e traía o marido, segundo o livro. Com 11 anos, o precoce Leonardo Pareja já sabia de tudo: "O pai não percebia a traição da mãe, mas Leozinho já era malicioso. Começou a causar brigas dentro de casa, acabando por induzir os pais à separação", diz o livro.
Baseado em entrevistas dadas por Pareja na prisão e em relatos de personagens citados, "Vida Bandida" narra em detalhes as primeiras ações criminosas do então adolescente de classe média, em Goiânia, entre elas os assaltos a oito postos de gasolina numa mesma noite, em 1992.

Texto Anterior: Indústria brasileira que só fabrica porcarias
Próximo Texto: Brasileiro terá conselho no Reino Unido
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.