São Paulo, quinta-feira, 31 de outubro de 1996
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Chile é o mais novo parceiro do Mercosul

MARIA ODETTE S. BRANCATELLI
ESPECIAL PARA A FOLHA

Previsto no Tratado de Assunção (1991), o Mercosul (Mercado Comum do Sul) se iniciou em 1º de janeiro de 1995, com a eliminação progressiva das barreiras alfandegárias entre Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.
Visando aumentar o comércio intra-regional e formar um mercado comum, o Mercosul tem um novo membro: o Chile.
Em 1º de outubro entrou em vigor, oficialmente, o Tratado de Associação do Chile, que criará uma zona de livre comércio no prazo de dez anos.
A integração total, mais lenta, somente ocorrerá quando os quatro países fundadores completarem a redução e uniformização das tarifas. As tarifas chilenas, de no máximo 11%, são bem menores que as praticadas pela Argentina e pelo Brasil.
Por isso, sua integração será gradativa e dependerá de uma lista de exceção (vinho, frutas e trigo).
O Chile apresenta uma situação bastante peculiar no Cone Sul. Influenciado pelo neoliberalismo, o programa de reformas econômicas da ditadura do general Pinochet (1973-90) estabilizou a moeda, abriu o mercado ao comércio e aos investimentos estrangeiros, privatizou empresas estatais e também os serviços públicos.
Adotando uma política de "regionalismo aberto", o Chile tem procurado inserir-se em outros blocos da América (Nafta), Europa (União Européia) e Ásia.
Sua associação ao Mercosul garante, dessa forma, força nas negociações com novos parceiros comerciais.
É inegável a importância do Mercosul como elemento de integração regional em um continente marcado pela fragmentação política e econômica desde o período colonial.
Esse bloco representa uma etapa na ascensão ao mundo globalizado, reforçando o poder de barganha dos países membros nas negociações com outros países e blocos.
Como efeitos a curto prazo, temos o aumento significativo do comércio entre os países do Mercosul e, também, a expansão de sua área de abrangência.
Nos próximos meses, Bolívia e Venezuela deverão se incorporar ao Mercosul e talvez, mais tarde, o Peru.
Os ideais de Simon Bolívar (1783-1830), um dos líderes da independência na América do Sul, parecem voltar...

Maria Odette Simão Brancatelli é professora de história do Colégio Bandeirantes

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