São Paulo, sábado, 2 de novembro de 1996
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Reversão causou acidente em 91

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

A reversão de uma turbina durante a decolagem é considerada por aviadores uma das mais graves situações da aviação. A hipótese está sendo investigada pela comissão que apura as causas do acidente com o Fokker-100 da TAM.
O comandante José Ataíde Seabra, ex-instrutor de vôo de 737 na Vasp e diretor de Segurança de Vôo do Sindicato Nacional dos Aeronautas, disse à Folha que, em baixa altitude, fica muito difícil controlar o avião.
Em testes com simuladores aplicados por Seabra, os pilotos não conseguiram evitar a queda.
"É uma situação extraordinariamente crítica em decolagem. Se o piloto não cortar a turbina, o avião vai cair", afirmou Seabra.
Se comprovada a hipótese de o Fokker ter caído por causa de uma reversão de turbina, será o segundo caso na história da aviação que um defeito do tipo causa mortes.
Em 1991, um avião 767 da empresa Lauda Air (pertencente ao ex-piloto de Fórmula 1 Niki Lauda) caiu na Tailândia, matando todos os ocupantes. O laudo final indicou defeito de fabricação em um dos reversos de turbina.
O comandante Hélio Rubem Castro Pinto, perito em investigação e prevenção de acidentes, disse que os casos conhecidos de reversão de turbina ocorreram em altitudes elevadas.
Por causa da altitude, pilotos tiveram tempo de diminuir a potência dos motores e planar até controlar a situação.

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