São Paulo, sábado, 2 de novembro de 1996 |
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Moradora teme outro acidente
JOÃO BATISTA NATALI
É quando passa algum avião, logo após a decolagem, sobre o que sobrou de sua casa, a de número 109 da rua Luís Orsini de Castro, no Jabaquara. "É como se um outro fosse cair daqui a pouco", diz ela, com tristeza e susto nos olhos azuis e um evidente arrepio na penugem aloirada de seus braços. Ela e o marido, Tadeu, dizem ter economizado por dez anos para juntar os R$ 55 mil que pagaram à vista pela casa. Moravam não muito longe dali, num minúsculo cômodo com cozinha, onde nasceram Paula, 14, e Sílvia, 10, ambas muito loiras e de traços bonitos. Com os quatro também mora Elza, 17, irmã de Tadeu e empregada doméstica. Imigrantes A família é uma mistura de italianos, austríacos e poloneses, primeiramente emigrados no Mato Grosso e Paraná. Além da casa, têm como patrimônio uma Paraty 86 e uma fabriqueta de equipamentos de aquário, "de onde é difícil sair dinheiro", diz Sônia. As duas cunhadas se entreolham, comentam a perda de móveis e utensílios domésticos. E torcem para que saia logo a indenização da TAM, para poderem retomar a vida normal. (JBN) Texto Anterior: Moradores sem-teto agora fazem o inventário dos objetos perdidos Próximo Texto: Sobrevivente quer voar em 'avião grande' Índice |
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