São Paulo, sábado, 2 de novembro de 1996
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Autor integra "geração perdida"

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

José Vicente, com Consuelo de Castro, Isabel Câmara, Roberto Athayde, Timochenko Wehbi, Flávio Márcio e outros, é parte de uma "geração perdida" da dramaturgia brasileira.
Surgidos na virada dos anos 60 para os 70, à sombra da censura do regime militar e de uma crescente hegemonia dos diretores, são autores que alcançaram repercussão nas primeiras peças, com a ebulição do período, mas aos poucos desapareceram do palco.
O mineiro José Vicente surgiu com "O Assalto", espetáculo de tema social e forma naturalista que estreou em 1969, no Rio.
À maneira de Plínio Marcos, que precedeu e influenciou aquela geração, dois personagens, um bancário como o próprio dramaturgo e o outro faxineiro, conversam sobre a exploração econômica e um eventual assalto ao banco.
José Vicente ainda faria, antes de parar de escrever para o teatro, "Os Convalescentes" e "Hoje É Dia de Rock", já nos anos 70, mas "O Assalto" permaneceu como a sua melhor peça -reapresentada no teatro Bela Vista, em montagem pouco feliz, oito anos atrás.
A "geração perdida", que começou com preocupações sociais próprias dos 60, entrou nos 70 com o propósito de estabelecer outra virada, mais relacionada à marginália e ao teatro de vanguarda então produzido no exterior.
Definhou quando surgiram os novos caminhos de grupos como Asdrubal Trouxe o Trombone, Ornitorrinco e Macunaíma.

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