São Paulo, sábado, 2 de novembro de 1996
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Campanha de Clinton pode ser investigada

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

A secretária da Justiça dos Estados Unidos, Janet Reno, deu ontem o primeiro passo para a constituição de um promotor independente encarregado de investigar a "conexão asiática" da campanha pela reeleição do presidente Bill Clinton.
É o primeiro reconhecimento oficial da Justiça norte-americana de que as acusações de ilegalidades no financiamento da campanha do Partido Democrata, de Clinton, podem ter suficiente evidência para justificar ação legal.
A Casa Branca, sede do governo dos EUA, continua minimizando o caso. Mas analistas das pesquisas de intenção de voto afirmam que a "conexão asiática" (supostas contribuições ilegais de empresas asiáticas à campanha democrata) pode estar começando a influenciar eleitores norte-americanos.
Embora a maioria das pesquisas divulgadas ontem continuasse a mostrar folgada liderança para Clinton (a do Gallup registrou diferença de 16 pontos percentuais), outras apontaram diminuição dessa vantagem (segundo a da "Reuter", ela está em 5,5%).
Pesquisas em alguns Estados, como Georgia (sul do país) e Ohio (Meio-Oeste) mostram rápido crescimento de Bob Dole, o candidato da oposição, e permitem supor que o resultado da eleição será muito mais apertado do que se previa até meados desta semana.
Dole iniciou sua maratona de 96 horas sem interrupções (a não ser para banhos), que o levará a comícios em 14 Estados até terça-feira, o dia da eleição.
Ontem, dois ex-presidentes, George Bush (1989-1993) e Gerald Ford (1974-1977), participaram da "viagem da vitória" com Dole.
Clinton, que tem ignorado as acusações, prometeu mudar a legislação que regula o financiamento de campanhas eleitorais, caso seja reeleito na terça-feira.
Ele acusou a oposição, que controla o Congresso, de tê-lo impedido de fazer essas reformas no seu primeiro mandato. Ele está concentrando seus esforços nestes dias finais de campanha no Estado da Califórnia (Costa Oeste), o maior colégio eleitoral do país.
O partido do presidente, o Democrata, entregou ontem, com uma semana de atraso, o seu relatório financeiro de outubro. Na segunda-feira, o presidente do partido havia anunciado que não entregaria o relatório à Justiça Eleitoral. Após muitas críticas, voltou atrás.
O Partido Republicano, da oposição, havia entrado com ação na Justiça para exigir a apresentação do relatório democrata.

LEIA MAIS sobre as eleições americanas no caderno EUA 96

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