São Paulo, domingo, 3 de novembro de 1996 |
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Demissionários recebem R$ 56 mi
FÁBIO ZANINI
A estimativa foi feita pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. "Muitos se aventuram a abrir um empreendimento próprio. Poucos prosperam, já que esses trabalhadores não têm nenhuma experiência empresarial", afirmou Valter Moura, presidente da Associação Comercial e Industrial de São Bernardo. Ex-pintor da Ford, o aposentado José Carlos Bertoldo, 45, mudou de ramo após aderir a um voluntariado em fevereiro. Bertoldo trabalhou 22 anos na empresa e recebeu R$ 25 mil. Juntou o dinheiro a uma poupança e comprou um sítio de cinco alqueires, onde cria gado. Bertoldo diz ter um rendimento mensal "bastante superior" aos R$ 1.500 que recebia na Ford. "Casos de sucesso são exceção. A maior parte gasta o dinheiro e depois não consegue novo emprego, passando a viver de serviços temporários", disse João Garavelo, diretor do Departamento Jurídico do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Foi o caso de Luiz Santilli, 59, que trabalhou como carpinteiro por 16 anos da Ford. Em outubro de 95 ele se aposentou, com reforço de R$ 12 mil recebidos em um programa de demissões. Santilli usou todo o dinheiro dando entrada em uma casa em Santos (SP). Hoje sobrevive da aposentadoria de R$ 850 e de pequenos serviços de marcenaria. Na Ford, recebia R$ 1.300 por mês de salário líquido. (FZ) Texto Anterior: ABC intensifica demissões voluntárias Próximo Texto: Indústria quer TJLP menor e mais crédito Índice |
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