São Paulo, domingo, 3 de novembro de 1996
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Poupança consegue superar fase de perda

GABRIEL J. DE CARVALHO
DA REDAÇÃO

A caderneta de poupança conseguiu reverter as perdas de depósitos que vinha sentindo desde o início do ano. Deve ter fechado outubro com captação líquida positiva.
Até o dia 28, segundo os últimos dados disponíveis do Banco Central, os depósitos em poupança superavam os saques em R$ 162,2 milhões, contra R$ 395,2 milhões de captação negativa no mesmo número de dias úteis em setembro.
A captação até o dia 28 era positiva tanto no SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo), com mais R$ 128,37 milhões, quanto na caderneta rural, com mais R$ 33,84 milhões (Banco do Brasil, Basa e BNB).
Essa reação da poupança confirma que a perda de recursos ao longo de 96 esteve relacionada à rentabilidade -que caiu diante de outras aplicações-, e não apenas a saques para consumo ou ao aperto financeiro dos poupadores.
Até junho, o redutor da TR (aplicado à média dos juros dos CDBs) permaneceu fixo em 1,3%, achatando o rendimento da poupança.
A partir de julho o redutor passou a cair, o que melhorou gradualmente o rendimento da poupança (em relação aos concorrentes) e estancou a sangria de recursos dessa aplicação.
Neste mês o redutor da TR está em 0,95%. Com isso, a poupança deverá superar a rentabilidade de muitos fundos de 30 dias e encostar nos de 60. Em dezembro, com redutor de 0,85%, a caderneta poderá se tornar imbatível.
Ao contrário da poupança, que tem a mesma taxa (TR mais 0,5%) em todos os bancos, os fundos oferecem diferentes rentabilidades.
No segmento tipicamente de renda fixa -há também FIFs agressivos, que operam no mercado futuro-, o que faz diferença na rentabilidade dos fundos é a taxa de administração. Quanto maior essa taxa, menor o rendimento.
Nos fundos de 60 dias que receberam o dinheiro antigo dos commodities, por exemplo, a taxa de administração chega a 6% ao ano. Isso corresponde a quase 0,5% ao mês que deixa de ser repassado ao investidor e fica com o banco.
Outra diferença é que a poupança é isenta de imposto no saque. Nos fundos e CDBs, o IR leva 15%.

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