São Paulo, terça-feira, 5 de novembro de 1996
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Dupla que viu manobra depõe hoje

OTÁVIO CABRAL
RODRIGO VERGARA

OTÁVIO CABRAL; RODRIGO VERGARA; RICARDO FELTRIN
DA REPORTAGEM LOCAL

Dois funcionários da TAM que também teriam visto o reverso do Fokker-100 abrir e fechar quatro vezes antes da queda foram intimados a depor hoje à tarde ao delegado Romeu Tuma Júnior, titular da Delegacia Seccional Sul.
Segundo o delegado, os dois funcionários estavam na pista do aeroporto de Congonhas no momento da decolagem.
"São mais duas testemunhas que evidenciam que o avião caiu devido a problemas mecânicos", afirmou o delegado, que comanda a investigação do acidente.
As testemunhas não tiveram seus nomes revelados para não sofrerem pressões da empresa.
Ontem, a reportagem da Folha ouviu mais uma pessoa que reforça a tese de que o reverso abriu durante a decolagem. Um cabo do SRPV-SP (Serviço Regional de Proteção ao Vôo) disse ter visto o reverso abrir durante a decolagem.
"Vi toda a decolagem, vi o reverso abrindo e o avião fazendo uma curva. Acho que ele (o piloto) tentou desligar a turbina e fazer uma curva à direita para voltar à pista", diz o cabo, que não quis ser identificado.
O militar trabalha na parte externa da torre, na segurança do radar do aeroporto.
Outra testemunha que irá depor na delegacia seccional hoje é o mecânico Antonio de Souza Bueno, a primeira pessoa a afirmar ter visto o reverso abrir e fechar quatro vezes antes da queda.
Seu depoimento está previsto para começar às 8h.
O delegado está concentrando suas investigações na hipótese que uma falha mecânica tenha derrubado o avião.
Desde quinta-feira passada, seis pessoas já foram ouvidas por Tuma Júnior. Três depoimentos visavam esclarecer as causas da queda e os outros três versavam sobre a cocaína encontrada no avião.
Escalas
O delegado seccional requisitou ontem vários documentos à direção da TAM. Entre eles, está a escala de serviço dos tripulantes do Fokker-100 acidentado.
A polícia e o Ministério da Aeronáutica suspeitam que a TAM não estaria cumprindo as normas de descanso entre dois vôos, sobrecarregando pilotos e comissários.
A TAM tem um prazo de 72 horas para entregar os documentos.
Ameaça de bomba
A TAM disse que ontem de manhã houve telefonema anônimo em que uma pessoa dizia que havia uma bomba no setor de reservas da empresa, perto do aeroporto de Congonhas.
O prédio foi evacuado, mas nenhum explosivo foi achado.

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