São Paulo, terça-feira, 5 de novembro de 1996
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Livro e mostra "reconhecem" a obra de Bispo do Rosario

O artista viveu 50 anos em hospício "reconstruindo o mundo"

CASSIANO ELEK MACHADO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Em dezembro de 1938, Arthur Bispo do Rosario se enxergou como "reconhecido por Deus".
Se dirigiu ao mosteiro de São Bento, no Rio de Janeiro, e anunciou para os presentes: "Vim julgar os vivos e os mortos". Bispo passou o resto da vida internado em hospícios empenhado na tarefa de "reconstruir o mundo".
Depois que ele morreu, em 1989, a qualidade dos seus "assemblages" (palavra francesa que designa reunião, conjunto) começou a ser reconhecida.
Suas obras representaram o Brasil na Bienal de Veneza, de 1995, uma das exposições de artes plásticas mais prestigiadas do mundo, e foram expostas em centros como o Georges Pompidou, em Paris.
Hoje a obra de Bispo volta a ser lembrada em carga dupla. A jornalista Luciana Hidalgo lança a biografia "Arthur Bispo do Rosario - O Senhor do Labirinto" simultaneamente à inauguração da exposição "O Navegante", com 52 peças do artista.
Hidalgo viveu a realidade dos hospícios durante um ano para reconstruir a trajetória do sergipano, que foi marinheiro e boxeador antes de ser internado na colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá, onde passou 50 dos 80 anos de sua vida e construiu mais de mil obras de arte.

Livro: "Arthur Bispo do Rosario - O Senhor do Labirinto"
Autora: Luciana Hidalgo
Lançamento: editora Rocco
Exposição: O Navegante
Onde: Museu Nacional de Belas-Artes (av. Rio Branco, 199, Centro, Rio de Janeiro, tel. 021/240-0068)
Quando: a partir de hoje, às 18h30, lançamento do livro e da exposição

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