São Paulo, quarta-feira, 6 de novembro de 1996
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Alunos de escola começam a perder o trauma do acidente

SOLANGE IGREJAS
DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar de as aulas na Escola Estadual de 1º e 2º Graus Angelo Mendes de Almeida terem recomeçado já na segunda-feira, o acidente da quinta-feira é o maior assunto entre os alunos.
As aulas haviam sido interrompidas no dia 31.
Na escola estudam cerca de 2.300 alunos. Ela atende jovens das classes média baixa e baixa da região do Jabaquara.
Há classes da 5ª a 8ª séries do 1º grau e 2º grau. Calcula-se que 800 pessoas estavam lá na hora do acidente.
O susto já passou, mas as crianças que viram o avião caindo ainda se lembram do que sentiram naquele momento.
Daniel de Ornellas, 11, disse que ficou "muito traumatizado". Leandro Celestino, 12, afirmou que sábado sonhou que um avião caía em cima da escola.
Os dois estudam na 5ª série.
No momento do acidente, 40 estudantes estavam tendo aula de educação física no pátio.
Leandro foi uma das primeiras pessoas a chegar ao local da queda. "Havia corpos queimados jogados no chão. Eu fiquei com medo que o avião explodisse."
"Eu fiquei em choque. Não sabia se corria ou se ficava. O avião fazia tanto barulho que parecia um míssil", conta Daniel.
Segundo os alunos, a professora de português pediu uma redação sobre o ocorrido.
O acidente já é gracejo entre os alunos. Sempre que passa uma aeronave, alguns dizem: "É o avião!" e todos se abaixam. "Agora fazem piada. Mas, quando caiu, todo mundo entrou em pânico."

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