São Paulo, quarta-feira, 6 de novembro de 1996
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Seguro de acidente de 90 não foi pago

DA REPORTAGEM LOCAL

A família do piloto Paulo Sérgio Espósito, morto após um acidente com um Fokker 27.500 em Bauru (345 km de São Paulo), em fevereiro de 1990, não recebeu, até hoje, indenizações da companhia ou do seguro de vida obrigatório a que teria direito.
Espósito foi a única vítima fatal entre os 38 ocupantes do avião. A engenheira Gisele Marie Savi Pinto, 29, e seu filho Guilherme, 4, foram atingidos pelo avião no solo e também morreram.
O marido da engenheira, o advogado José do Carmo Seixas Pinto Neto, 43, também não recebeu nada até hoje e tenta obter a indenização na Justiça.
O acidente ocorreu quando o avião tentou fazer uma aterrissagem no aeroporto local.
Por erro na manobra, o avião teria tocado a pista em local errado. O comandante Espósito e o co-piloto Minoru Kawakubo tentaram arremeter o avião, mas os motores teriam se incendiado em seguida.
O avião ainda voou por alguns metros, atingindo os telhados de algumas casas, e acabou caindo em um terreno vazio, arrastando-se por cerca de cem metros. Na queda, o carro onde estavam Gisele e Guilherme foi arrastado e esmagado contra um muro.
Espósito ficou preso entre as ferragens e morreu após quase um mês internado na UTI do Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
A perícia do Ministério da Aeronáutica constatou que a aterrissagem teria sido feita pelo co-piloto Kawakubo, que estava em treinamento na época.
A mulher do piloto, Viviane Espósito, 34, afirma que nunca conseguiu receber nenhuma indenização pela morte do marido.
"A TAM me ameaçava, dizendo que teria como provar a culpa dele no acidente e que nós teríamos de pagar a indenização à outra família", afirma Viviane.
A assessoria jurídica da TAM foi procurada durante dois dias para comentar o assunto, mas não havia se pronunciado até o fechamento desta edição.
A assessoria de imprensa da TAM alegou que o excesso de trabalho decorrente do acidente da semana passada os impediu de responder às solicitações da Folha .

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