São Paulo, sexta-feira, 8 de novembro de 1996
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Diretores de TV acham proposta interessante

MARIANA SCALZO
DA REPORTAGEM LOCAL

Para os diretores de programação das emissoras de TV, a proposta da "Lei da Música" -que proporcionaria dedução de 40% do imposto de renda às emissoras que tenham um programa semanal de uma hora de duração, entre 19 e 0h, sobre música regional- é bem vista.
O projeto do ministro Francisco Weffort também quer incentivar as emissoras a fazer trilhas sonoras de novelas apenas com música nacional e realizar festivais de música brasileira.
"À primeira vista parece uma ótima idéia. Precisamos de informações complementares sobre a lei. O conceito, o mecanismo parece bárbaro", diz Luiz Gleiser, 46, da diretor de programação da Bandeirantes.
Segundo Gleiser, a postura de Weffort é interessante. "Isso estimula e aumenta a produção brasileira na TV. A idéia do incentivo fiscal é a mesma da lei do audiovisual, que está indo de vento em popa", completa.
Eduardo Lafon, 48, diretor de operações e programação da Record também achou a proposta "interessante".
"A Record tem o 'Especial Sertanejo', que dá uma bela audiência (cerca de 600 mil telespectadores na Grande São Paulo). Há uns quatro anos fizemos o 'Novo Festival da Record', para nós é possível abrir este espaço", diz.
Lafon reclama da dificuldade em levar músicos brasileiros para a TV. "Os grandes nomes da MPB não gostam de fazer televisão. Os cantores só querem gravar programas quando precisam."
"Depois de incentivarem a MPB na televisão, deveriam fazer uma lei para obrigar os músicos a aparecer em programas pelo menos uma vez por mês. Os cantores só se preocupam em participar de programa quando precisam de divulgação", brinca.
Isenção
Para Jorge da Cunha Lima, 62, presidente da Fundação Padre Anchieta, a "Lei da Música" não influiria na TV Cultura.
"Já exibimos bastante programação musical. A questão da dedução do imposto não muda nada para nós. Como fundação, somos isentos", diz Cunha Lima.
Segundo o presidente, a emissora "está disposta a produzir e vender programas, novos ou de arquivo, para outras TVs."

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