São Paulo, sexta-feira, 8 de novembro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

"Anjos" se encantam com o morro

MARIANE MORISAWA
DA REDAÇÃO

Priscila Assum e Silvio Guindane, ambos de 13 anos, são a surpresa de "Como Nascem os Anjos". Em um cinema tão acostumado a ter atores-mirins declamando seus textos, os dois atuam naturalmente como Branquinha e Japa.
Por sua atuação, eles ganharam o prêmio especial do júri nos festivais de Gramado e Brasília.
Depois do filme de Murilo Salles, os dois gravaram a série de TV "Escola Legal". Priscila participou da telenovela matinal "Caça-Talentos". Silvio participa do filme "For All". "Esperamos convites", diz Priscila.
Eles estiveram em São Paulo para a pré-estréia do filme. Leia a seguir trechos de entrevista à Folha.
*
Folha - Como vocês foram parar no filme?
Priscila Assum - Tinha acabado de fazer a peça "Os Sinos da Candelária". Um amigo marcou o teste. Foram umas 800 meninas.
Silvio Guindane - Antigamente eu só fazia teatro amador, escrevia peças infantis e apresentava em escolas, em festas. Meu irmão soube que o Murilo estava com um filme novo. E aí eu fui lá.
Folha - Vocês sempre quiseram ser atores?
Priscila - Quando eu tinha 7 anos, queria dançar jazz, mas o professor disse que eu era muito pequena. Minha mãe me botou no curso de modelo. Aí, uma amiga leu num jornal que tinha um teste para uma peça. Sabe quando você vai fazer porque é o destino?
Silvio - Minha professora mandou a gente fazer um trabalho de folclore em que a gente tinha que representar. Foi quando eu comecei a gostar daquilo.
Folha - Como vocês se prepararam para fazer os personagens?
Priscila - O Murilo nos mandou para a Rocinha. Na nossa cabeça a gente se deu o dever de achar a Branquinha e o Japa. Só que a gente não achou "a" Branquinha e "o" Japa. A gente pegava defeitos e qualidades de cada um pra formar os personagens.
Silvio - Também passei esses dias lá. Só que eu nunca tinha subido o morro. Isso tirou o preconceito que eu tinha.
Folha - O que foi mais difícil?
Silvio - Eu acho que foi o Japa ter virado um assassino. Foi a cena mais difícil. Chorei a noite inteira.
Priscila - A mais difícil e a minha favorita é aquela em que a Branquinha acha que a "Lindinha" tinha dado veneno para o marido dela. Tive que fazer tudo ao mesmo tempo, loucura, felicidade.
Folha - Vocês ganharam dois prêmios, aos 13 anos. Como foi?
Silvio - Uma surpresa. Nem sabia que tinha um prêmio especial do júri. E, em Brasília, foi outra, porque eu achava que ia ser audácia demais ganhar de novo.

Texto Anterior: Curadora do MoMA fala de multicultura
Próximo Texto: Inocência limita filme de Murilo Salles sobre abismo cultural no país
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.