São Paulo, sábado, 9 de novembro de 1996
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Só esquerda manda deputados

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os minúsculos PC do B e PPS foram os únicos partidos a mandar representantes à cerimônia de recepção do primeiro-ministro da China, Li Peng, em sua visita ao Congresso, ontem pela manhã.
Três deputados do PC do B (30% da bancada na Câmara) compareceram: Jandira Feghali (RJ), Haroldo Lima (BA) e Ricardo Gomyde (PR), ex-dirigente da UNE (União Nacional dos Estudantes).
Em 1989, Li Peng foi um dos articuladores da repressão aos milhares de estudantes que se manifestavam em favor da democracia, incidente conhecido como "o massacre da praça da Paz Celestial".
"Pois é, tem esse deslize. Minha posição pessoal é que o governo errou. O PC do B também condenou o massacre", disse Gomyde, ao justificar sua presença.
Lima, ex-líder do PC do B, também fez malabarismos para justificar a adesão ao "modelo socialista com peculiaridades chinesas" -como os comunistas chamam as reformas capitalistas adotadas pela China. "O que está de acordo com o comunismo é o que dá certo. O modelo chinês está mostrando uma capacidade surpreendente de promover o crescimento."
Antes da virada pragmática, o PC do B apontava como paradigma para a humanidade o regime socialista albanês -que ruiu em 92.
Li Peng foi recebido ainda pelos deputados do DF Augusto Carvalho (PPS) e Benedito Domingos (PPB), representante da Mesa da Câmara, e pelo presidente do Congresso, José Sarney (PMDB-AP).

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