São Paulo, sábado, 9 de novembro de 1996 |
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Engenheiro aponta falhas
ANDRÉ LOZANO
A avaliação é do professor de eletrônica da Escola Politécnica da USP Antonio Roberto Panicali. O problema no relé explicaria o fato de o reverso ter aberto e fechado quatro vezes durante a decolagem. Segundo Panicali, a hipótese de que um fio rompido, em contato com a carcaça do jato teria acionado, como um pisca-pisca, o reverso (freio aerodinâmico), "é suficiente para quem entende de eletricidade". Para ele, que fala como especialista em eletrônica, mas que não está envolvido na investigação do acidente, o fio solto em contato com um material metálico (carcaça) poderia ter alterado o fluxo da corrente elétrica do relé e acionado o reverso. "A manutenção pode ter falhado por não ter detectado o problema com o relé. O fio pode ter sido preso inadequadamente", afirmou o professor. Ele não descartou ainda a hipótese de falha de projeto do Fokker-100 "por ter permitido que o material (relé ou fio) entrasse em fadiga e fosse acionado no momento errado". Segundo Panicali, uma sinal eletromagnético provocado, por exemplo, por um celular a bordo do avião dificilmente provocaria uma interferência elétrica a ponto de acionar o reverso. "Poderia, quando muito, interferir no sistema de radionavegação da aeronave", disse o professor. Investigação Um membro da comissão coordenada pela Aeronáutica que investiga o acidente disse ontem que o relé que acionou indevidamente o reverso fazia parte de um circuito de corrente contínua, ou seja, ligado a uma bateria restrita ao sistema elétrico em contato direto com a cabine de comando. O integrante da comissão de investigação não descartou a possibilidade de o problema elétrico ter sido causado por uma falha estrutural do avião. Texto Anterior: Fokker e TAM adotam medida antipane Próximo Texto: Equipe segue para a Holanda Índice |
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