São Paulo, domingo, 10 de novembro de 1996
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O turno de FFHH; O nome é Collor; Come abelha; Frase da semana

ELIO GASPARI
DE UM INDUSTRIAL PAULISTA:

O turno de FFHH
Articula-se entre o Planalto e o Senado o fim do segundo turno para as eleições presidenciais. Levou-se a FFHH uma história de horror na qual mesmo ganhando o primeiro turno, ele poderia ser derrotado por uma formidável coligação no turno seguinte.

O nome é Collor
O professor Pedro Malan anda de memória fraca. Outro dia ele disse o seguinte:
-A inflação não é, como afirmava um político, uma fera que se derruba apenas com um tiro.
Quem disse isso não foi "um político", mas o seu ex-chefe, Fernando Collor de Mello. Ex-chefe dele, do professor Antonio Kandir e do economista Pedro Parente.
Atribuir opiniões estúpidas aos políticos é um hábito primitivo, e esse era um dos hábitos mais primitivos do Grande Chefe Collor.
Nunca é demais lembrar que uma das formas mais mistificadoras de se fazer política é dizer que não se gosta de fazer política.

Come abelha
Está estabelecido que foi o chefe do Gabinete Civil da Presidência, Clóvis Carvalho, quem passou a faca no professor Adib Jatene. O então ministro da Saúde pedia R$ 1,7 bilhão e ele lhe oferecia R$ 300 milhões. Se foi ele o inventor da lastimável expressão "ministros chorões", não se sabe. Uma coisa é certa: Carvalho tem uma visão muito clara -e pública- da questão social brasileira. Em fevereiro passado, falando na Universidade de Brasília, informou:
- Aquilo que ameaça a estabilidade será enfrentado, mesmo que tenha alguma conseqüência no ritmo do desenvolvimento ou na solução das desigualdades e da miséria social.
Clóvis Carvalho não come mel, come abelha. Quando a banca está mal das pernas, Proer nela. Quando a ortopedia de um hospital está sem verbas, faca nela

Frase da semana
- Do jeito que está a taxa de câmbio, nós vamos acabar importando consumidores.

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