São Paulo, domingo, 10 de novembro de 1996
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Juro de conveniência; Fazendo conta; Medida certa; No cravo; Foco exportador; Calças curtas; Efeito sanfona; Dívida geométrica; Pires maior; Buraco histórico; Passo do elefantinho; Esqueleto pesado; Sem otimismo; Das duas, uma; No meio do caminho; Caixa gordo; Encontro angelical; Eu era feliz; Equipamento básico

DAS DUAS, UMA

Juro de conveniência
A alta dos juros reais (descontada a inflação) no segundo semestre deste ano pode não ter sido perseguida pelo governo, mas já é, por si só, um freio na economia.

Fazendo conta
No primeiro semestre de 96, o juro real acumulado foi de 7,09%; no segundo, ficará na casa dos 9,3% (taxa anualizada de 19,45%).

Medida certa
A trajetória do juro pode reforçar a tendência de aumento da inadimplência. Assim, o debate não é se o governo vai ou não usar o freio, mas se o freio já usado será ou não suficiente.

No cravo
Se a economia não frear por si só, o governo vai aplicar medidas suaves e pontuais para segurar o crédito na ponta do consumo, diz a Merrill Lynch. O crédito à produção cresce para elevar exportações.

Foco exportador
O decisivo para a política econômica será o comportamento das exportações e não dos saldos comerciais, diz a MB Associados.

Calças curtas
Horácio Lafer Piva, da Fiesp, teme qualquer freio, por menor que seja. Hoje é "muito mais perigoso" do que foi em 95. "As empresas estão menos capitalizadas."

Efeito sanfona
"O problema desse sobe-e-desce da economia é o da mulher que emagrece e engorda. Fica cheia de estrias e flácida", diz Joaquim Elói Cirne de Toledo, da Nossa Caixa-Nosso Banco.

Dívida geométrica
João Mascolo, do Banco Patente, alerta para a trajetória da dívida líquida do governo. "Ela já dobrou durante o Real."

Pires maior
Segundo a MCM, a dívida líquida do governo vai continuar crescendo em 97. Hoje está na marca dos 35% do PIB. Chegaria a 40%.

Buraco histórico
Os Estados registram neste ano déficit histórico. Até agosto, o rombo já acumula 0,9% do PIB. O recorde anterior era de 87: 0,6%.

Passo do elefantinho
Segundo José Roberto Mendonça de Barros, embora melhores do que no ano passado, as contas públicas mostram um desempenho pior do que o esperado pelo governo. "O ajuste é muito mais lento do que se supunha."

Esqueleto pesado
Mendonça de Barros diz, porém, que os analistas não têm levado em consideração que a "tirada de 'esqueletos' do armário acabou piorando o déficit operacional".

Sem otimismo
O ING Barings reviu previsão para o déficit do setor público deste ano, de 3,5% do PIB para 4,5%, próximo aos 5% de 95. "Isso é praticamente o dobro das antigas estimativas oficiais."

Segundo o ING Barings, há duas alternativas: 1) o problema fiscal é bem maior do que o governo acredita ou 2) o governo "meramente" calculou errado o tempo de aplicação das medidas corretivas e o resultado só aparecerá em 97.

No meio do caminho
Para o ING Barings, "apenas parte do pior já passou". Os analistas do banco não esperam uma melhoria significativa no déficit fiscal em 97.

Caixa gordo
Segundo o consultor Raul Velloso, o governo federal tem "todas as condições para gerar um bom superávit primário em 97". A arrecadação será recorde. Só com as mudanças no IR e o CPMF, mais R$ 7 bilhões entrarão no caixa.

Encontro angelical
Vem aí seminário de arrepiar os cabelos de Everardo Maciel: "Paraísos Fiscais/Planejamento Tributário Internacional", nos dias 12 e 13, no Ca'd'Oro, em São Paulo.

Eu era feliz
Metalúrgicos da Força Sindical dizem que os operários da Volks estão com saudades do Lula. "Ele organizava greves e conseguia acordos melhores do que a CUT."

Equipamento básico
Segundo o "The Wall Street Journal", 58% dos executivos que viajam a negócios levam seus lap-tops e 44%, telefones celulares.

E-mail: painelsa@uol.com.br

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