São Paulo, domingo, 10 de novembro de 1996
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Dor pode depender da memória, diz cientista

DA "NEW SCIENTIST"

Alguns pesquisadores, como Stuart Derbyshire, da Universidade de Pittsburgh (EUA), acreditam que a capacidade de sentir dor, como todas as formas de consciência e atividades mentais mais complexas, não dependeria apenas da formação de circuitos de ligações nervosas no cérebro.
Especialista em técnicas de captar imagens do cérebro (tais como a PET), Derbyshire diz que essas formas de percepção dependem do impacto de memórias e de eventos vividos sobre aqueles circuitos cerebrais.
Isto é, o feto não poderia sentir dor porque não tem experiência de vida. Todas as nossas percepções da dor seriam formadas por experiências passadas, expectativas futuras e humor momentâneo. Provas disso seriam os soldados feridos em batalha que não sentem dor e os amputados que a sentem ilusoriamente em órgãos que perderam há muito tempo.
Alguns pesquisadores argumentam que, se isso está correto, porque essas experiências não poderiam começar dentro do útero? Aqueles que estudam a audição fetal apostam nessa hipótese. Para facilitar a formação de laços sociais e interações com o ambiente depois do nascimento, seria preciso "exercitar" a capacidade de aprender desde o útero, diz Peter Hepper, da Queen's University, de Belfast (Reino Unido).

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