São Paulo, domingo, 10 de novembro de 1996
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Macarena foi dança do ano

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

Se o sucesso de uma música é medido pelo prestígio de quem a dança, "Macarena" conseguiu o máximo que já se viu nos EUA.
No último dia da campanha presidencial deste ano, até Bill Clinton, a horas da reeleição, caiu na onda. Primeiro, no avião que o levava para Little Rock, onde esperaria os resultados que já sabia lhe serem favoráveis. Depois, no aeroporto da cidadezinha. Mas sempre, segundo seu porta-voz, de uma forma "muito presidencial".
A entrada do ritmo da Macarena na política da sucessão se deu na convenção do Partido Democrata, em agosto, ainda em pleno verão. Nas longas esperas pelos, em geral, enfadonhos discursos, os convencionais e seus familiares matavam o tempo treinando os passos da moda. Até a primeira-dama Hillary Clinton foi flagrada pelas câmeras numa tímida tentativa.
Até que o vice-presidente Al Gore roubou o show. Conhecido por estar com o semblante quase sempre muito sério, criticado pela sua dureza física e pela falta de jogo de cintura e bom humor, Gore (virtual candidato à sucessão de Clinton), vem há meses tentando mostrar uma faceta mais humana. Tem caprichado nas brincadeiras autodepreciativas.
Na convenção, no meio do seu discurso, perguntou para a platéia: "Vocês querem ver a versão Al Gore da 'Macarena'?". Todos responderam que sim. Gore ficou estático no pódio com o rosto mais fechado possível durante 15 segundos. Aí, disse: "Gostaram? Querem que eu repita?".
O candidato da oposição, Bob Dole, entrou no jogo, mas sem dançar. Sua mulher, Elizabeth, apresentou na TV dez razões para votar nele. Número um: "Chega de 'Macarena'!".
(CELS)

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