São Paulo, domingo, 10 de novembro de 1996
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ONU adia decisão de enviar tropa ao Zaire

Comissária da UE faz críticas

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O Organização das Nações Unidas adiou a decisão sobre uma intervenção militar no Zaire.
A resolução, adotada na madrugada de sábado, convoca os membros da ONU a "preparar urgentemente" as condições necessárias para que grupos humanitários possam voltar a atuar na região.
A ONU solicitou ainda aos seus membros que apresentem o quanto antes um relatório sobre esses projetos de ajuda, o que permitirá, então, que a Secretaria Geral da organização decida sobre o "envio de uma força multinacional de ajuda humanitária".
Não foi fixada data nenhuma para que seja tomada a decisão.
A comissária da União Européia para ajuda humanitária, Emma Bonino, disse estar "chocada" com a decisão das Nações Unidas.
"Os representantes do Conselho de Segurança da ONU têm de estar conscientes de que os refugiados que estão morrendo diariamente no campo de Mugunga não podem passar o fim de semana em Long Island como eles", disse.
Segundo o grupo Médicos Sem Fronteiras, já morreram 13,6 mil pessoas desde o início da crise. A Cruz Vermelha avalia que o cólera pode vir a "matar rapidamente de 100 mil a 150 mil pessoas".
A França e a Espanha estão articulando junto com países africanos o envio de uma força multinacional que garanta a chegada de comida, água e remédios até 1,2 milhão de refugiados que está sem acesso à ajuda humanitária desde que o leste do Zaire foi conquistado pelos tutsis banyamulenges.
A metade dos refugiados tem menos de 16 anos. Eles recebiam ajuda humanitária nos campos em que moravam, mas tiveram de fugir. A situação piorou na semana passada, quando os tutsis tomaram o aeroporto de Goma, por onde chegava a ajuda internacional.
Ontem, até o Vaticano se pronunciou favoravelmente à criação da força. França, Itália, Espanha e Portugal decidiram criar uma força conjunta de reação rápida para missões humanitárias e de manutenção da paz, a Eurofor.

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