São Paulo, segunda-feira, 11 de novembro de 1996 |
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Público aplaude 'Il Guarany' de Domingo
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
Mensagens dos presidentes Fernando Henrique Cardoso e Bill Clinton abriam as informações sobre a ópera na revista distribuída aos presentes. Eles foram os presidentes de honra da recepção de gala que se seguiu à apresentação, na Organização dos Estados Americanos (OEA), embora nenhum dos dois tenha comparecido. O camarote presidencial da ópera foi ocupado pelo embaixador do Brasil em Washington, Paulo Tarso Flecha de Lima, e sua mulher, Lúcia. O embaixador jogou grande empenho pessoal na produção da ópera de Carlos Gomes, o primeiro grande evento de promoção da música erudita brasileira na capital dos Estados Unidos em várias décadas. No camarote ao lado, estavam o embaixador do Brasil junto à OEA, Itamar Franco, e sua namorada, June. Do lado do governo dos Estados Unidos, a mais alta autoridade presente era o secretário da Defesa, William Perry, que está demissionário. Na platéia, entre outros, Catarina Malan, mulher do ministro Pedro Malan, com a filha Cecília, e nomes famosos do jornalismo de televisão norte-americano, como Sam Donaldson, da rede ABC, e Forest Sawyer, da CBS. O presidente do Banco Mundial, James Wolfensohn, que é músico erudito amador (toca cello), também estava na audiência. No intervalo, Wolfensohn comentou com a Folha que estava "se divertindo muito" e que "Plácido Domingo é soberbo, é uma delícia ouvir". Esta parecia ser a opinião generalizada entre as pessoas que pagaram de US$ 150 a US$ 500 para assistir a estréia (quem foi ao jantar de gala, pagou outros US$ 1000). Todos estavam ali para ver e ouvir Domingo, um dos "três tenores" mais famosos deste final de século. Mas a música de Carlos Gomes parece ter agradado por conta própria. A sinfonia tocada pela orquestra entre o terceiro e o quarto atos (com o famoso trecho que abria "A Voz do Brasil") também foi bastante aplaudida, apesar de não contar com a participação de Domingo ou outros cantores. Para Domingo, que abriu no sábado seu mandato de quatro anos como diretor da Ópera de Washington, foi a consagração esperada: o público da capital dos Estados Unidos o idolatra pela ajuda que ele lhe está dando para sair do vazio cultural. Texto Anterior: Haroldo de Campos abre ciclo de leitura na Mário de Andrade Próximo Texto: Direção é o ponto fraco Índice |
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