São Paulo, terça-feira, 19 de novembro de 1996
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Presidente será porta-voz do Timor

FHC atuará como embaixador 'discreto'

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso aceitou trabalhar como um "embaixador discreto" pela autodeterminação do Timor-Leste.
A afirmação é de José Ramos-Horta, prêmio Nobel da Paz deste ano, que se reuniu ontem com FHC. Ramos-Horta é um dos principais líderes do movimento pela desocupação do Timor-Leste, invadido pela Indonésia há 21 anos.
Segundo ele, FHC atuaria como um porta-voz da população do Timor-Leste. "O presidente manifestou-se disponível para levar a nossa mensagem à comunidade internacional."
Ramos-Horta evitou criticar o governo brasileiro. Em entrevistas recentes, ele exigia do Brasil ações mais enfáticas e marcantes pela desocupação do Timor-Leste, território de língua portuguesa no sudeste da Ásia.
"É preferível deixar que os historiadores escrevam um livro sobre a diplomacia brasileira. Preferimos contar com o que o Brasil pode fazer a partir de hoje", disse.
"Gostaríamos que o Brasil fizesse mais, mas o que gostaríamos não é o que o país pode fazer. Tenho esperança de que o Brasil possa intervir mais a favor do Timor-Leste", disse.
Ramos-Horta classificou de "imoral" a venda de armas à Indonésia por países europeus. "Tem que haver valores morais na relação entre Estados."
Ele disse que estuda a possibilidade de abrir no Brasil uma representação pela libertação do Timor-Leste.
Ramos-Horta elogiou a atuação de Portugal em defesa da desocupação do Timor-Leste. Ele afirmou que, se houver a autodeterminação do país, ele não se surpreenderia se a maioria da população escolhesse uma "livre associação" com Portugal.

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