São Paulo, terça-feira, 19 de novembro de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Votação obtida é ineficaz
JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
O partido foi também o mais votado do 1º turno nas cem maiores cidades brasileiras. Porém, em vez de ganhar espaço, o PT perdeu poder nesse segmento da sociedade (1/3 do eleitorado nacional). No conjunto das cem maiores cidades e capitais, os petistas haviam conseguido eleger 14 prefeitos no pleito de 1992. A eleição municipal deste ano reduziu em 1/5 este número. Com 11 das maiores prefeituras do país, o partido administrará, a partir de janeiro, um eleitorado de 3,284 milhões de pessoas. Isto é: 36% menos eleitores do que hoje. Os petistas ainda tiveram uma das piores taxas de "reeleição" entre os grandes partidos. Só em 3 das 14 maiores cidades que administrava conseguiu continuar no poder. Esse índice de "continuísmo", de 21%, é inferior ao do PSDB (33%) e ao do PPB (36,5%), por exemplo. A causa mais óbvia para a pouca eficácia eleitoral do PT é o alto grau de rejeição de seus candidatos -que chega a superar os 40% do eleitorado, como no caso de Luiza Erundina em São Paulo. Num sistema eleitoral baseado em dois turnos, a rejeição se torna um peso ainda maior. Na eleição deste ano, o PT chegou ao segundo turno em 11 municípios. Só ganhou em 2. Em 1988, com um só turno, Erundina conseguiu bater Paulo Maluf em São Paulo. Outra explicação possível à aparente contradição entre a boa votação e o resultado ruim obtidos pelo PT é o fato de o partido ter espalhado seus votos por quase todas as cidades. A estratégia petista para crescer tem sido priorizar os candidatos próprios a alianças com outros partidos. A tática foi eficiente para implantar o partido, mas cria dificuldades na hora de obter apoios no segundo turno, por exemplo. Texto Anterior: 'Conflito não foi superado' Próximo Texto: BC não explica venda de títulos Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |