São Paulo, terça-feira, 19 de novembro de 1996
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Exército expulsa 4 suspeitos de assalto

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

O CML (Comando Militar do Leste) anunciou ontem à noite a expulsão de dois cabos e dois sargentos do Exército, acusados de integrar uma quadrilha de assaltantes de bancos e carros-fortes.
Um cabo era lotado no Batalhão de Engenharia de Combate (Santa Cruz, zona oeste). Os outros três trabalhavam no 8º Grupo de Artilharia Pára-Quedista (Vila Militar, zona oeste).
Os acusados estão presos na Vila Militar desde a semana passada. Eles devem ser transferidos amanhã para a 40ª DP (Delegacia de Polícia), em Ricardo de Albuquerque (zona norte).
Segundo o CML, os militares atuaram no confronto com a PM (Polícia Militar) ocorrido no último dia 5 em Costa Barros (zona norte). Na ocasião, uma granada do Exército destruiu parcialmente um carro policial.
A Folha não teve acesso ao depoimento dos acusados. Segundo o CML, havia no grupo que enfrentou a PM em Costa Barros mais quatro militares pára-quedistas, que estão foragidos.
No tiroteio em Costa Barros, morreram três pessoas, entre elas o sargento Alfredo Dias Batista Filho, 22, pára-quedista do Exército que teria lançado a granada.
O serviço secreto do CML investiga a participação de oficiais e praças em quadrilhas envolvidas com contrabando e roubo de armas e munição, tráfico e assaltos.
A participação de militares da reserva e da ativa em quadrilhas criminosas que atuam na região metropolitana do Rio é uma suspeita antiga da SSP (Secretaria da Segurança Pública) do Estado.
A desconfiança se baseia na constante apreensão com criminosos de armas desviadas de quartéis e na localização em matas de acampamentos erguidos conforme modelos militares.
No fim-de-semana passado, a polícia localizou em um motel na Baixada Fluminense (região na periferia do Rio) 1.480 cartuchos de FAL (fuzil automático leve), arma privativa das Forças Armadas e bastante usada por traficantes.
Os cartuchos pertenceriam ao sargento Carlos Leandro Della Flora, 23, licenciado desde 95. Ele servia no Rio Grande do Sul.
O sargento está internado no hospital da Vila Militar. Baleado na nuca e na perna direita, ele diz que foi vítima de assaltantes. Nem a polícia nem o Exército acreditam na versão de Flora. Segundo o assessor de imprensa do CML, coronel Gerson Ribeiro, a investigação não indicou elo entre os pára-quedistas e o sargento ferido.

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