São Paulo, quarta-feira, 20 de novembro de 1996
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Entidade cobra mais verba para cidades com mata preservada

Projeto tramita na Assembléia há dois anos

VICTOR AGOSTINHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A ONG (organização não-governamental) SOS Mata Atlântica aproveitou ontem a comemoração de seus dez anos de fundação para relançar a campanha que pede a destinação de 1% do ICMS para as cidades que têm áreas conservadas de Mata Atlântica.
O projeto tramita na Assembléia Legislativa do Estado faz dois anos. Atualmente, a legislação obriga a destinação de 0,5% do ICMS para municípios com áreas de proteção permanente.
"Seria uma espécie de compensação aos municípios que, por protegerem suas florestas, deixam de ampliar a agricultura ou pastagens para gado", diz Mantovani.
Além do repasse, o SOS Mata Atlântica propõe que os municípios desenvolvam projetos de ecoturismo para geração de renda e manutenção das áreas protegidas.
O presidente da Assembléia Legislativa, deputado Ricardo Trípoli (PSDB), acredita que deve haver, sim, uma compensação para as cidades com preservação de área verde permanente, mas defende que é mais urgente a destinação de 1% do ICMS para os municípios situados nas bacias hídricas.
O SOS Mata Atlântica fez ontem um balanço do desmatamento no Estado de São Paulo. A região mais atingida é o litoral norte. Nela, o desmatamento cresce numa proporção de dois campos de futebol (20 mil m2) por hora, 24 horas por dia. O desmatamento é causado pelo boom imobiliário.
No Paraná, ainda segundo o SOS Mata Atlântica, o desmatamento segue na razão de cinco campos de futebol por hora desde 1985.
Hoje, o Brasil mantém relativamente preservados apenas 8% da Mata Atlântica original, que começava no Rio Grande do Norte, descia pelo litoral em direção ao Rio Grande do Sul, entrava por Minas Gerais e chegava até o Paraguai. Ao todo, 16 Estados brasileiros tinham grandes extensões de Mata Atlântica.
Vivem hoje em áreas de Mata Atlântica 70% da população brasileira, de acordo com levantamento da entidade.
Durante a comemoração, integrantes da ONG e o secretário Municipal do Verde e do Meio Ambiente, Werner Zulauf, plantaram um jequitibá-branco no parque Trianon, em São Paulo.

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