São Paulo, quinta-feira, 21 de novembro de 1996 |
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Pinacoteca decifra as naturezas-mortas
PAULO VIEIRA
Sem conseguir patrocinador para uma mostra retrospectiva de Volpi e com um livro sobre os espanhóis do acervo ainda não pronto -o que ensejaria uma mostra concomitante ao lançamento-, a Pinacoteca aceitou de bom grado a exposição, que faz em São Paulo sua primeira parada em sua itinerância não-espanhola. A abertura é hoje, às 19h30. A mostra tem obras de pintores valencianos, flamengos, italianos e holandeses, as principais escolas da pintura de flores e naturezas-mortas. Tem também caráter de divulgação do museu valenciano, que se tornou uma academia de belas-artes de referência. A natureza-morta, mesmo em seus princípios, no século 16, sempre foi considerada um gênero menor, especialmente cotejado com os retratos e a pintura religiosa. Mas, por já colocar sutilmente em jogo a representação, a questão central do modernismo, traz em si algum prenúncio de século 20. As flores, jarros e animais abatidos que abundam nas 40 telas podem querer dizer isso mesmo -mas há subtemas ocultos. Há os contrastes dos fundos escuros com o colorido das flores e das frutas, como em Joaquim Sorolla Bastida (1863-1923). Há as metáforas de Miguel March (1635-1670) envolvendo personagens humanos; e as guirlandas de Daniel Seghers (1590-1661), que trazem sentidos sacros e profanos em sua própria existência. Exposição: Naturezas Mortas e Flores Onde: Pinacoteca do Estado (av. Tiradentes, 141, Luz, tel. 011/227-6329) Quando: até 5 de janeiro. Ter a dom, das 10h às 20h; Vernissage hoje, 19h30 Quanto: R$ 4 e R$ 2 (estudantes). A partir de 2 de dezembro, entrada grátis Texto Anterior: A violência das portas de banco e as notas de R$ 50 Próximo Texto: Pugnaloni exibe geometria sutil Índice |
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