São Paulo, sexta-feira, 22 de novembro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FHC diz que quebrou banco para salvar real

Empresários dão apoio a presidente

AUGUSTO GAZIR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Uma caravana de pequenos e microempresários esteve ontem no Palácio do Planalto para agradecer ao presidente Fernando Henrique Cardoso a simplificação de impostos, anunciada há duas semanas, e apoiar sua reeleição.
Ao discursar para os empresários, FHC disse que não recuará "um milímetro" na política de estabilidade do real.
"Enfrentamos a inflação e enfrentamos os poderosos, quebramos bancos, mas salvamos a moeda brasileira que é o pão de cada dia do brasileiro", disse FHC.
FHC desceu a rampa do Palácio seguido por cerca de 2.000 empresários (segundo a segurança do Planalto). Em 28 dias, é a terceira vez que o presidente desce a rampa. Foi a primeira vez que ele desceu com uma comitiva de convidados, ao estilo de Collor.
Alguns dos participantes usavam durante a cerimônia um adesivo de apoio à reeleição de FHC. O presidente distribuiu autógrafos e cumprimentos.
Eponina de Oliveira Passos, que discursou em nome dos empresários, afirmou que as empresas estavam mergulhadas na escuridão e FHC trouxe a luz.
"Esperamos que o senhor seja reeleito para que possa continuar esse trabalho", disse ela, aplaudida pelos colegas. O presidente sorriu e agradeceu o apoio.
O presidente do Conselho do Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), Guilherme Afif Domingos, também fez defesa implícita da continuidade de FHC.
"Uma revolução não se deixa pela metade. Por isso, conte com o nosso apoio, o tempo necessário, para que esse ciclo revolucionário se complete", disse Afif.
'Feira do Paraguai'
Neire Amorim, 42, roubou a cena na cerimônia. Ela tem uma barraca na chamada "feira do Paraguai", em Brasília, onde são vendidas "bugingangas" -segundo sua definição para os produtos contrabandeados do Paraguai.
Ela desceu a rampa ao lado do presidente, segurando um cartaz na altura da cabeça de FHC com a mensagem: "Feira do Paraguai".
A Procuradoria da República ordenou o fechamento da feira até o dia 25. Neire protestava contra o fechamento. "Queremos pagar impostos, mas precisamos de tempo para regularizar a situação."

Texto Anterior: Da rampa às tropas
Próximo Texto: FRASES
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.