São Paulo, sexta-feira, 22 de novembro de 1996
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Justiça investiga campanha de Ieltsin

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A Justiça russa determinou ontem o início de uma investigação sobre supostas irregularidades na arrecadação de fundos para a campanha de Boris Ieltsin à reeleição.
O chefe de gabinete do Kremlin, Anatoli Tchubais, deve ser interrogado. Tchubais era um dos coordenadores da campanha eleitoral de Ieltsin.
Também será ouvido o ex-guarda-costas de Ieltsin Alexander Korjakov. Ele afirma ter provas de que houve fraude durante a campanha.
Korjakov foi demitido depois de ordenar a prisão de dois funcionários da campanha ligados a Tchubais. Eles teriam tentado sair do Kremlin com mais de US$ 500 mil em 19 de julho, durante a campanha para o segundo turno.
O jornal "Moskovski Komsomolets" publicou a transcrição de um suposto diálogo telefônico entre Tchubais e seu assessor Viktor Iliushin. Os dois discutiam uma maneira de encobrir o episódio.
Ieltsin
O presidente da Rússia, Boris Ieltsin, deve ser transferido hoje de um hospital de Moscou para um sanatório nos arredores da capital russa.
Segundo seus médicos, ele deve permanecer no local até o fim do ano, retomando em seguida suas atividades normais.
Ieltsin foi submetido em 5 de novembro a uma cirurgia para implantação de cinco pontes de safena. Ele apareceu anteontem pela primeira vez na TV e disse que está pronto para retomar sua rotina de trabalho.
Durante o tratamento médico, Ieltsin está sendo substituído pelo premiê Viktor Tchernomirdin.
O primeiro-ministro anunciou ontem o lançamento de um plano econômico com o objetivo de estimular o crescimento no país.
Belarus
Tchernomirdin embarcou na tarde de ontem para Minsk. Ele se reuniria ontem com o presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, na tentativa de mediar a crise política na ex-república soviética.
Lukashenko marcou para domingo um plebiscito com o objetivo de ampliar seu mandato e seus poderes. O Parlamento reagiu e iniciou um processo, endossado por uma minoria de deputados, para destituí-lo do poder.
Um assessor afirmou que Lukashenko pretende dissolver o Parlamento e a corte constitucional do país caso tentem tirá-lo do poder. O presidente tem o apoio de um número de deputados suficiente para impedir seu impeachment.
"O povo não me conferiu poderes para que eu os ceda a piratas políticos", disse o presidente.

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