São Paulo, sábado, 23 de novembro de 1996 |
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Fazendeiros temem devastação ambiental
ESTANISLAU MARIA
"Muitos proprietários vão derrubar parte de mata e plantar capim", afirma André Lunardelli. Por lei, apenas 20% das áreas da Amazônia podem ser derrubadas; os 80% restantes devem permanecer reserva de floresta. "A madeira será vendida, e a plantação do capim tem um custo baixo. Assim, o proprietário cria gado e diz que a terra é produtiva, ou, pelo menos, reduz a taxa de improdutividade e consequentemente o imposto", disse André, que fez mestrado em macroeconomia na FEA (Faculdade de Economia e Administração) da USP. "O presidente FHC acertou no aumento do imposto para terras improdutivas, mas duvido que o Incra consiga administrar as terras confiscadas e fazer uma reforma agrária eficiente", disse Jeremias. Paulistas que fizeram fortuna no Pará e em Goiás, onde também têm fazendas produtivas, eles disseram, por telefone da fazenda em Teresópolis (próximo a Goiânia), que criar capim na área improdutiva não é o objetivo deles. Jeremias afirmou que, com o novo ITR, deve negociar a fazenda com o Incra, pois ela já dava prejuízo. "Estou pagando um imposto anual de cerca de R$ 16 mil. Com o aumento anunciado, vou pagar no próximo ano R$ 54 mil." Eles disseram que tentam há dez anos vender a terra, em São Félix do Xingu (680 km a sudoeste de Belém), mas não encontram comprador. A área improdutiva equivale a 125 parques do Ibirapuera. Para André, a MP que aumenta o ITR das fazendas improdutivas de 5% para 20% do valor da área foi acertada, mas "muito brusca". "Precisamos acabar com a cultura de fazer da terra uma poupança, mas o presidente poderia ter estipulado prazos transitórios para a progressividade do aumento." Ele disse ter votado em FHC, ser "ideologicamente" ligado ao PSDB, favorável à reeleição e que votaria em FHC novamente. Texto Anterior: Incra vai alterar critérios de eficiência Próximo Texto: Fazendeiros querem volta da UDR nacional Índice |
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