São Paulo, sábado, 23 de novembro de 1996
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Partido deve adiar convenção

LUCIO VAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Executiva Nacional do PPB vai avaliar na próxima quarta-feira a possibilidade de adiar de 4 de dezembro para janeiro a convenção que vai definir a posição do partido sobre a emenda da reeleição.
O presidente do PPB, Esperidião Amin (SC), disse ontem que a tendência é pelo adiamento, para evitar divisões no partido no momento de lançar seu candidato à presidência da Câmara.
"O sentimento que recolhi é esse: o objetivo de preservar a unidade da bancada pode aconselhar o adiamento. Se a bancada topar o lançamento da candidatura à presidência da Câmara, o requisito da unidade é muito importante", disse Amin.
"Se é para lançar o candidato, talvez fosse conveniente adiar a convenção para janeiro. Isso não prejudicaria o posicionamento do partido sobre a reeleição", continuou o presidente do partido.
O maior obstáculo ao adiamento será o prefeito Paulo Maluf. Ele teme que o Palácio do Planalto ganhe tempo para aliciar parlamentares do PPB. O governo de Fernando Henrique Cardoso trabalha pelo adiamento.
A cúpula do PPB tem informações de que o Planalto busca a adesão de 60 deputados para garantir a aprovação da emenda da reeleição na Câmara. O alvo principal é a bancada do PPB.
O deputado Pauderney Avelino (PPB-AM), tido pelos malufistas como o líder do grupo pró-reeleição, defendeu o adiamento em audiência com Maluf. Não convenceu o prefeito de São Paulo.
O deputado Arnaldo Faria de Sá (PPB-SP), malufista, defende o adiamento por outro motivo. "O partido tem um terço rachado hoje (favorável à reeleição). Esse pessoal adere até janeiro. Então, por que expor o partido à divisão no dia 4?"
Ao analisar a possibilidade de adiamento, Amin deixa escapar que prevê uma convenção dividida: "É lógico que não vai ter unidade. As duas coisas (reeleição e candidatura à presidência da Câmara) são conflitantes".
Mas o presidente do PPB afirma não temer esse desafio: "Estou me sentindo realizado, porque tenho um grande desafio diante de mim. Eu estava achando que presidir o partido era algo burocrático".
Amin afirma que o partido tem grandes possibilidades de fazer o presidente da Câmara em 97.

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