São Paulo, sábado, 23 de novembro de 1996
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Itália deve adotar moeda única européia

DO "THE INDEPENDENT"; DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O Comitê Monetário da União Européia se reúne hoje para discutir, com chances de aprovar, o pedido italiano de reintegração ao SME (Sistema Monetário Europeu). Fazer parte do SME é uma das condições para que os países da UE possam adotar a moeda única, o euro, em 1999.
No SME, os governos devem tomar medidas para que suas moedas não sejam valorizadas ou desvalorizadas além de um limite.
O premiê italiano, Romano Prodi, disse que seu país pretende voltar ao SME ainda em novembro. O país saiu do sistema em 1992, depois de uma crise cambial.
A Itália diz também que vai cumprir as metas econômicas para a adoção da moeda única, estipuladas pelo Tratado de Maastricht.
Em 1997, os países que não tiverem limitado seus déficits e dívidas públicas e não estiverem no SME não farão parte da fase inicial da integração monetária (UME).
"A Itália pretende ser um dos membros fundadores da UME", disse Carlo Azeglio Ciampi, o ministro das Finanças do país.
Em uma conferência em Frankfurt (Alemanha), ele afirmou: "Os italianos estão determinados a fazer o necessário para serem um elemento de estabilidade e não um elemento de tensão e distorção."
Sobre as outras condições, a dívida pública e o déficit orçamentário, a Itália também está próximo de atingir os objetivos -perigosamente perto, para olhos alemães.
O déficit orçamentário deve ficar em 3,3% do PNB (tudo que é produzido por um país) em 1997.
Desempenho
Em circunstâncias normais, isso permitiria que os alemães fechassem a porta na cara da Itália, mas, com a atual tendência, o 0,3% acima do previsto não deve ser pior do que o desempenho alemão.
Agora, a Alemanha está tendo de achar novas desculpas para manter de fora países nos quais não confia -os do sul da Europa.
Empolgados pelos fracassos da Alemanha, os antes desesperançados estão trazendo suas reivindicações com alguma convicção.
Além da Itália, a Espanha está às portas da união monetária. De acordo com as projeções, o país deve ter pouco menos de 3% do PNB de déficit em 1997.
O progresso dos países mediterrâneos em direção ao controle fiscal contrasta com o desastre dos dois que lideram a integração.
A Alemanha foi temporariamente retirada do caminho por causa de uma redução no crescimento da economia. Mas, para a França, parece não haver fim para a turbulência política e econômica.
Por mais incrível que isso pudesse ser há algum tempo, a sempre fraca lira está parecendo uma aposta melhor do que o antes poderoso "franco forte".

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