São Paulo, sábado, 23 de novembro de 1996
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AMÉRICAS

As diretrizes de política externa do presidente dos EUA, Bill Clinton, em seu segundo mandato, ainda não estão claras. Mas merece registro que, nessa fase ainda preliminar, tenham surgido vários sinais de que a importância da América Latina deverá crescer na segunda gestão Clinton.
A questão importante hoje é a relevância e a urgência que serão dadas ao tema da integração continental na agenda externa dos EUA. Há três anos o Congresso norte-americano recusa o "fast track" (tramitação em regime de urgência) para a integração do Chile ao Nafta. Nas últimas semanas, houve sinais em Washington de que o Chile passará a receber uma maior atenção.
A ampliação do Nafta depende de uma forte pressão, política e da opinião pública, sobre os congressistas norte-americanos. E de um esforço do presidente Clinton, pois importantes líderes democratas estiveram nos últimos meses na vanguarda dos críticos à ampliação do Nafta.
O vácuo não existe na política, menos ainda na política internacional. A timidez de Clinton face à América Latina, apesar de sua presença na Cúpula de Miami, onde reafirmou o compromisso com a integração das Américas, deu margem a uma atividade espantosa de construção de novos laços na América Latina, sobretudo ao avanço político do Mercosul.
A associação com o Chile, a Bolívia e mesmo a Venezuela, a aproximação com a UE (União Européia), a retomada do interesse asiático, com importantes missões na região de autoridades chinesas, coreanas e japonesas, entre outras, definiram um novo estatuto para o Cone Sul.
O projeto de integração continental continua no horizonte. Resta saber quando, como e com qual vigor a convergência entre sul e norte será retomada nas Américas.

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