São Paulo, segunda-feira, 25 de novembro de 1996
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Escola ensina xadrez a deficiente auditivo

DA REPORTAGEM LOCAL

Computação, pintura, aulas com vídeo e competições de xadrez são alguns dos recursos didáticos que vêm sendo usados com crianças portadoras de deficiência auditiva, no Instituto Cultural Favalli, Moóca (zona sul de São Paulo).
"O que eu mais gosto é de xadrez", diz Ricardo, 14, em linguagem de sinais.
"O xadrez é uma atividade que eles gostam porque, depois, podem participar de campeonatos", explica Paulo Martins Favalli, 33, diretor da escola.
É uma abordagem nova de ensino dessa população, que tem dificuldade no raciocínio abstrato.
O fato de possibilitar interação com outras crianças torna a atividade muito motivante. Em geral, as pessoas não sabem como estabelecer contato com os surdos, porque não dá para falar. Um campeonato resolve isso -já que envolve uma atividade em comum, que, além disso, coloca os dois jogadores em pé de igualdade.
O instituto trabalha em uma das áreas abandonadas pela educação brasileira -com raras exceções.
Paulo Favalli começou a atuar nessa área depois de ficar amigo de deficientes auditivos em um clube. É "tradutor para surdos" no "Note e Anote", da TV Record, às sextas, 11h, e há dois anos abriu a escola, hoje com 25 alunos.
"Meu sonho é criar um noticiário de TV. Não se faz nada para esse grupo, nem campanha de prevenção à Aids", afirma.

Instituto Cultural Favalli: Rua Emboaçava, 66, Parque da Moóca, CEP 03124-010, tel. (011) 6128-0933; mensalidade por R$ 300,00, em classes com no máximo oito alunos

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