São Paulo, terça-feira, 26 de novembro de 1996
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Empresa questiona avaliação

CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

O gerente-geral da Companhia Vale do Rio Doce, José Silveira, disse ontem à Folha que a empresa só tem rentabilidade sobre os ativos (bens) inferior às suas principais concorrentes por conta de diferenças de critérios contábeis.
Segundo Silveira, a principal diferença, que deixou de existir a partir deste ano, era a correção monetária dos ativos, obrigatória para as empresas brasileiras até 95.
A correção, segundo ele, fazia com que os bens da Vale fossem cada vez mais valorizados, reduzindo o percentual entre o valor do conjunto dos bens e o lucro.
Já as concorrentes manteriam os valores dos bens a preços históricos (preços de compra), fazendo com que eles fossem progressivamente depreciados e aumentando o percentual dos lucros em relação ao valor desses bens.
Silveira falou em resposta a dados incluídos no artigo "O Manifesto dos Dinossauros", do deputado federal Roberto Campos (PPB-RJ), publicado anteontem na Folha.
No artigo, em defesa da privatização, Campos diz que, enquanto a Vale tem rentabilidade de 3,1% sobre seus ativos, a rentabilidade da inglesa RTZ (Rio Tinto Zinc), é de 16,6%, a da australiana BHP (Brokem Hill Properties) é de 9,1%, e a da CRA Limited, também australiana, chega a 18,4%.
Silveira disse que se o balanço da Vale obedecesse aos mesmos critérios das concorrentes, ela teria rentabilidade de 9,75% ou de 10,8%, dependendo da regra utilizada, em vez dos 3,1% de 95.
Segundo os dados de Silveira para 95, a rentabilidade da RTZ foi de 10,4%, a da BHP, de 14,5%, e a da Anglo American, de 7,7%.
A Anglo American é a maior mineradora do mundo, mas não opera na área de minério de ferro, como as demais. Ela é considerada no mercado uma das mais forte candidatas a participar do futuro grupo de controle da Vale.

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