São Paulo, terça-feira, 26 de novembro de 1996
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Loyola depõe à PF sobre caso Nacional

Presidente falará sobre banqueiro

FERNANDO PAULINO NETO
DA SUCURSAL DO RIO

O presidente do BC (Banco Central), Gustavo Loyola, depõe hoje, às 9h, em seu gabinete, à Polícia Federal no inquérito que investiga supostas fraudes em contas correntes do Banco Nacional.
O objetivo dos investigadores é delimitar a responsabilidade do último presidente do Nacional, Marcos de Magalhães Pinto, na administração do banco.
Loyola deporá para o delegado federal do Rio Eduardo da Matta e para os procuradores da República Rogério Nascimento e Silvana Battini -também do Rio.
No caso de Loyola confirmar que Marcos de Magalhães Pinto esteve mais de uma vez no BC, estaria caracterizado, no entender dos investigadores, que ele efetivamente participava da administração.
Uma comprovação da participação de Marcos de Magalhães Pinto na administração seria importante para que a Polícia Federal e a Procuradoria da República possam denunciá-lo pelas supostas fraudes com créditos fictícios no total de R$ 5,3 bilhões.
Até hoje, Marcos de Magalhães Pinto negou não só conhecimento da fraude, mas que participasse da administração do banco.
Ele diz que o ex-vice-presidente de Operações Arnoldo de Oliveira geria o banco desde 1988. Em seu depoimento na PF, Oliveira diz que era Magalhães Pinto quem mandava.
O delegado federal e os procuradores da República querem saber quem foi ao BC, quando foi e o que disse. A Folha apurou que os depoimentos de Loyola no Senado, por si só, não serviriam de prova, pois têm imprecisões.
As transcrições são feitas diretamente das gravações e não "reduzidas a termo".
No jargão policial, a expressão significa que as transcrições são traduzidas por quem conduz o interrogatório.
As dúvidas sobre o depoimento de Loyola são sobre o número de vezes que Magalhães Pinto esteve no BC e se ele negociou soluções para o banco.

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