São Paulo, terça-feira, 26 de novembro de 1996 |
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Coordenador deve se desligar do partido
CARLOS EDUARDO ALVES
"Foi uma campanha difícil, que não teve a presença de lideranças importantes do partido", afirmou Dallari sobre um dos motivos de sua insatisfação com o PT. O colaborador de Erundina não disse, mas a Folha apurou que um dos considerados ausentes é Luiz Inácio Lula da Silva. As queixas se estendem à maioria da bancada parlamentar petista. Dallari também não concorda com erros políticos que teriam sido cometidos pelo partido e prejudicado Erundina. "A defesa do voto nulo em algumas cidades, por exemplo, dificultou alianças que poderiam nos ajudar em São Paulo", acha. No balanço que o PT paulistano inicia sobre as razões da derrota de Erundina, são listados como equívocos a utilização de imagens do presidente Fernando Henrique Cardoso no horário eleitoral do partido e a linha "light" da campanha no primeiro turno. As duas decisões contaram com o aval de Dallari, que obviamente não concorda com as críticas. A definição sobre a saída ou não do PT depende do resultado de consultas que Dallari está fazendo junto a seus apoiadores. "O pessoal está muito insatisfeito", disse o deputado. Apesar da inevitável leitura que um rompimento de Dallari com o PT sinalizaria o caminho do grupo de Erundina, o deputado declarou que sua atitude é individual. "Abri a discussão sobre a permanência ou não no PT, mas Luiza Erundina não tem participação na minha decisão", afirmou Dallari. A hipótese de terminar o mandato sem partido é avaliada como concreta por Dallari. Ele descarta a possibilidade se filiar ao PSDB. "O projeto deles é reeleger Fernando Henrique e eu vou ficar no campo da esquerda", disse. O PSB é uma das possibilidades partidárias para o ainda deputado petista. O partido não tem lideranças expressivas em São Paulo. O complicador é justamente a inserção mínima da legenda na cidade e a desconfiança, majoritária no PT, de que muitos filiados ao PSB não resistiriam a um aceno do prefeito Paulo Maluf (PPB). Posição O vereador reeleito José Eduardo Martins Cardozo, também do grupo de colaboradores de Erundina, negou que a eventual saída de Dallari do PT represente uma tomada de posição coletiva. "Não sei se o Pedro vai confirmar a saída, mas não tivemos uma discussão política sobre o assunto nem pretendo trocar de partido", disse Cardozo. Texto Anterior: Comissão do PT vai punir 'desobedientes' Próximo Texto: Líderes não chegam a solução no ES Índice |
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