São Paulo, terça-feira, 26 de novembro de 1996
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Dúvida do Exército atrasa operação

Causa é o pagamento a credores

ABNOR GONDIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Exército enfrenta dificuldades orçamentárias para participar da operação de retirada de garimpeiros da reserva dos ianomâmis, em Roraima.
A informação, dada ontem pelo presidente da Funai (Fundação Nacional do Índio), Júlio Gaiger, foi confirmada pelo Ccomsex (Centro de Comunicação Social do Exército).
Segundo Gaiger, a indefinição do Exército atrasa o início da operação, que já conta com R$ 6 milhões liberados pelo governo.
Ele já teve três reuniões com o Exército. Não conseguiu acertar a data da operação porque o ministério ainda está analisando se é legal receber recursos extras sem usá-los para quitar dívidas acumuladas.
"Esse é um problema jurídico que eles têm de resolver. Esse dinheiro da operação é como se fosse uma herança -quando você recebe, aproveita para pagar dívidas", disse Júlio Gaiger.
O Ccomsex não informou o valor da dívida do ministério, mas disse que o ministro Zenildo de Lucena quer receber verbas específicas para a operação para que o dinheiro não seja reivindicado por credores.
Eficácia
Na avaliação do presidente da Funai, a operação de retirada dos garimpeiros deverá ser a mais eficaz já realizada na área ianomâmi, a maior do país, com 9,4 milhões de hectares (do tamanho de Portugal). Estima-se que haja na área cerca de 3.000 garimpeiros.
"Queremos fazer uma operação eficaz para que não seja necessária no ano seguinte uma nova operação com mais despesas para o governo", disse Júlio Gaiger.
Ele não deu detalhes da operação, que envolverá ainda Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e Polícia Federal.

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