São Paulo, terça-feira, 26 de novembro de 1996
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Preso foi transferido 3 vezes mas escapou

DA REPORTAGEM LOCAL

O caso de Jasson Santana Lima, 29, que fugiu da Casa de Detenção há um mês, mostra o descompasso entre a dificuldade que polícia e Judiciário têm para prender e condenar acusados e a relativa facilidade que os presos têm para fugir.
Lima foi preso em flagrante no dia 24 de abril, acusado de participar do roubo de R$ 5 milhões de um avião da TAM em São José dos Campos (100 km a nordeste de São Paulo). Ele sempre negou participação no crime.
"Só o reconhecimento por várias testemunhas permitiu apresentar denúncia contra ele", disse o promotor Laerte Levai, da 4ª Vara Criminal de São José dos Campos, que cuidou do caso.
O acusado esteve preso na DIG (Delegacia de Investigações Gerais) da cidade, mas foi transferido para a Cadeia Pública do Putim, que oferecia maior segurança.
Lima ficou na cadeia por cerca de quatro meses. Nesse período, o diretor da prisão, André Tarantelli, pediu que fosse transferido para local com maior segurança.
"Tinha intuição de que ele teria recursos para financiar uma fuga", disse Tarantelli.
O acusado ficou à disposição da Justiça, que o removeu para a Casa de Detenção, em São Paulo. No dia 25 do mês passado, foi libertado por companheiros que se fizeram passar por policiais.
Eles chegaram ao presídio com um carro de polícia roubado, apresentaram uma autorização para remoção do preso falsificada e o levaram.
A sentença de Lima está para ser dada pela 4ª Vara Criminal, mas, se for condenado, será preciso voltar a prendê-lo.
"Quando montamos uma operação, são precisos dois meses e meio de investigação só para ter pistas de onde um foragido está", afirma o delegado Ruy Ferraz Fontes, titular da Delegacia de Roubo a Bancos de São Paulo, que continua apurando o roubo ao avião.
Segundo o delegado, que só tem recursos para investir em recapturas em casos especiais, em geral os foragidos saem do Estado, e é preciso acionar outras polícias para localizá-los.
Sete meses após o assalto ao avião, a polícia ainda não conseguiu prender Paulo Rogério da Silva, 24, apontado por testemunhas como outro participante do crime.

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