São Paulo, terça-feira, 26 de novembro de 1996
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SP reúne ONG para discutir escola pública

FERNANDO ROSSETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Começou ontem em São Paulo o Encontro Regional de Capacitação de Educadores, que reúne em torno de 60 ONGs (organizações não-governamentais) que atuam no ensino público de 1º grau de oito Estados.
O encontro preenche algumas das principais lacunas das entidades da sociedade civil que atuam nessa área: a falta de oportunidades de troca de experiências, a ausência de um mapeamento mais aprofundado das atividades desenvolvidas e, principalmente, a carência de instâncias de formação para essas organizações.
Promovido pelo Proac (Programa de Apoio Comunitário), criado há três anos pelo Banco Itaú, o encontro regional de São Paulo é o terceiro de uma série iniciada em outubro em Salvador (BA) e no início deste mês em Belém (PA).
"Estamos discutindo como desenvolver uma prática educativa para as crianças da escola pública e como articular, nesse eixo, as iniciativas do Estado e da sociedade civil", disse Maria Alice Setubal, do Cenpec (Centro de Pesquisas para Educação e Cultura) -uma das ONGs mais ativas nessa área.
A reunião, que vai até sexta-feira, também tem o apoio do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância).
Continuidade
O representante do Unicef no Brasil, Agop Kayayan, afirmou que o fortalecimento da participação da sociedade civil na educação pública é uma das maneiras de enfrentar a descontinuidade das políticas públicas voltadas para essa área -um dos problemas crônicos do ensino brasileiro.
"Quando uma política pública está também apoiada por instituições da sociedade civil elas têm mais condições de continuidade"', disse, no mesmo sentido, Maria Alice Setubal.
A coordenadora geral do encontro, Zita Pimentel, afirmou que a idéia básica da reunião é de complementaridade das ações da escola pública e das ONGs.
É um conceito importante, já que frequentemente as ONGs acabam atuando paralelamente aos programas oficiais, sem conseguir uma integração.
É essa noção de complementaridade que norteou, no ano passado, a escolha dos vencedores do 1º Prêmio Itaú-Unicef. Três iniciativas de ONGs foram vencedoras, uma em Belo Horizonte, outra de Salvador e a última em Belém.

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