São Paulo, terça-feira, 26 de novembro de 1996
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Corregedoria duvida que garoto tenha atirado em PM

FÁBIO ZANINI
DA AGÊNCIA FOLHA, NO ABCD

O tenente Cássio Araújo Freitas, que chefia a investigação da Corregedoria da Polícia Militar sobre a morte do estudante Ânderson dos Santos Tossato, 14, disse ontem que considera improvável que o garoto tenha atirado antes de ser morto por um PM.
Ânderson foi morto na última quinta em São Bernardo (Grande SP) com dois tiros disparados pelo cabo Alexandre Dimopoulos, 25.
Segundo a família do garoto, o PM atirou porque confundiu um revólver de espoleta que ele carregava com uma arma de verdade.
Na versão da polícia, os disparos teriam sido feitos em legítima defesa, já que Ânderson teria atirado contra Dimopoulos e o soldado Walter Novo, 25.
"Estou convencido, baseado em testemunho de moradores do local e na reconstituição que eu fiz da ocorrência, que houve apenas dois tiros, disparados contra o estudante", disse Freitas.
Os PMs alegam que encontraram uma pistola 635 com o garoto e que o soldado Novo teria sido ferido no polegar da mão esquerda. Os parentes do garoto acusam o policial de ter simulado o ferimento.
"Os estampidos da pistola 635 são mais fracos que os do revólver calibre 38 (arma do PM). Não é impossível que o garoto tenha atirado e ninguém tenha escutado, mas acho improvável", disse Freitas.

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