São Paulo, terça-feira, 26 de novembro de 1996
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Iraque aceita acordo para vender petróleo

País cede às exigências da ONU

DE WASHINGTON

O Iraque concordou em atender a todas as exigências da Organização das Nações Unidas (ONU) para a implementação do acordo conhecido como "petróleo por comida", que suspenderá em parte o boicote econômico contra o país.
O acordo pode entrar em vigor em dezembro. Ele permitirá a venda de petróleo iraquiano até o valor de US$ 2 bilhões nos próximos seis meses. O dinheiro só poderá ser utilizado para a compra de alimentos para pessoas necessitadas.
A embaixadora dos EUA na ONU, Madeleine Albright, saudou a notícia como "boas novas" e disse acreditar que o secretário-geral da entidade, Boutros Boutros-Ghali, está "pronto" para implementar o acordo.
Os EUA estão vetando a reeleição de Boutros-Ghali, mas Albright disse que o país vai ajudá-lo a pôr o acordo em vigor.
Ao longo deste ano, a implementação do acordo foi adiado diversas vezes devido a discordâncias entre o Iraque e a ONU sobre o tamanho e a liberdade de ações da missão de observadores da entidade que irá examinar a operação.
Allbright disse que os EUA estão prontos para aprovar as fórmulas concebidas pela ONU para avaliar o custo do petróleo iraquiano.
O Iraque está sob embargo econômico imposto pela ONU desde 1990, quando seu presidente, Saddam Hussein, ordenou a invasão do Kuait, ação que desencadeou a Guerra do Golfo no ano seguinte, que terminou com a derrota do Iraque.
Os EUA também pretendem deixar a critério da ONU a avaliação de se há boas condições de segurança para observadores da entidade trabalharem no Iraque.
A maior parte do petróleo a ser vendido na operação será transportado via Turquia e pelo porto de Mina al Bakr, no golfo Pérsico.
Cerca de 4.000 curdos, minoria étnica que vive no norte do Iraque e é perseguida pelo regime de Saddam Hussein, vão ser retirados da região com a participação de militares dos EUA e com a autorização do governo iraquiano.

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