São Paulo, terça-feira, 26 de novembro de 1996
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França critica atraso de missão ao Zaire

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O ministro das Relações Exteriores da França, Hervé de Charette, criticou o sucessivo adiamento por parte da comunidade internacional do despacho de uma missão internacional para o Zaire.
"É porque eles são africanos que a comunidade internacional está menos interessada?", perguntou o ministro. Ele participou em Bruxelas de uma reunião de chanceleres da União Européia.
"Fico chocado quando vejo esse tipo de apatia se escondendo por trás de discussões intermináveis", afirmou De Charette.
Representantes dos mais de 20 países que se comprometeram a colaborar com a força se reuniram durante o fim-de-semana em Stuttgart, sem tomar decisão sobre o envio de tropas.
Parte dos países quer que os objetivos da missão sejam apenas humanitários, já que 600 mil refugiados ruandeses retornaram espontaneamente ao seu país desde 15 de novembro.
O premiê do Canadá, Jean Chrétien, disse que ainda crê na necessidade da força.
Para ele, a tropa poderia ter cerca de mil homens. O planejamento inicial da missão, liderada pelo Canadá, previa a participação de mais de 10 mil soldados.
O êxodo foi desencadeado por uma ofensiva de rebeldes tutsis que controlam o leste do Zaire. Os ataques provocaram a fuga de milicianos hutus, que impediam a volta dos refugiados.
Ruanda
Ruanda reafirmou ontem que não quer a força internacional em seu território. O governo de Kigali acredita que a tropa é, na melhor hipótese, desnecessária. O país teme também que parte da ajuda acabe indo para radicais hutus que lutam para derrubar o governo.
Massacre
Moradores do vilarejo de Kakinda e um sobrevivente disseram que rebeldes tutsis mataram mais de 300 hutus de Burundi e Ruanda em um campo do leste do Zaire.
Os rebeldes teriam reunido os hutus em 17 de novembro, dizendo que seriam repatriados. Uma granada ou um morteiro teria sido atirada contra o grupo. Os sobreviventes teriam sido mortos com tiros de fuzil.

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