São Paulo, terça-feira, 26 de novembro de 1996
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O BRASIL NA ÁFRICA

O encontro previsto para hoje entre os presidentes Fernando Henrique Cardoso e Nelson Mandela registra uma maior aproximação entre dois países semelhantes na importância regional e nos problemas sociais de cada um. Brasil e África do Sul, nações de jovens democracias, riquezas naturais e grande potencial econômico, só têm a ganhar com o estreitamento das suas relações.
O papel de liderança que tanto os brasileiros como os sul-africanos desempenham dentro de seus respectivos continentes faz dos dois países referências de desenvolvimento dentro do grupo dos chamados mercados emergentes. Economicamente, têm muito a fazer um pelo outro. Vivem momentos de reorganização econômica e lutam por mais investimentos externos, tentando provar ao mundo que estão comprometidos com a abertura de suas economias.
Mas Mandela e FHC também têm hoje a chance de trocar idéias sobre problemas internos semelhantes. Ambos têm desafios comuns, como os de elevar o índice de crescimento econômico e reduzir o nível de desemprego. Miséria e violência são mazelas que marcam em grande medida as duas sociedades.
Se FHC tem dificuldades diárias para confirmar a composição política que o elegeu e lhe garantiu a maioria no Congresso, Mandela sofre com as divisões internas de seu partido, o Congresso Nacional Africano, nascido em torno da luta da raça negra contra a antiga supremacia branca.
Além da ida à África do Sul, a passagem de FHC por Angola, onde militares brasileiros fazem parte das forças de paz da ONU, sinaliza um compromisso do país com o continente africano como um todo.
O significado histórico e cultural da África para o Brasil é reforçado hoje por um novo quadro econômico e político. Onde o país encontra parte de suas raízes pode haver novos caminhos para um fortalecimento do papel brasileiro no cenário mundial.

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