São Paulo, terça-feira, 26 de novembro de 1996
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ENSINO QUE VEM DE LONGE

Se ainda não é possível dizer que giz e lousa são instrumentos educacionais do passado, o surgimento de novas tecnologias trouxe possibilidades ainda não-mensuráveis de comunicação e, por conseguinte, de educação. O computador, vital para o bom funcionamento do cotidiano da sociedade moderna, tornou-se arma essencial para o desenvolvimento e a busca de novas possibilidades no processo educacional.
Como encurtam as cada vez menos limitantes distâncias entre culturas, as novas tecnologias representam um novo relacionamento entre fontes de informação e quem as procura. Era inevitável que os tradicionais detentores de conhecimento, as instituições de ensino, passassem a usar os novos meios disponíveis para difundir o que sabem.
A chamada universidade virtual, transmitindo ensino a distância, começa a chegar ao Brasil. Assim como a Internet foi e continua sendo alvo de diversos questionamentos -sobre direitos autorais ou restrição à divulgação de pornografia-, a nova versão dos cursos por correspondência encerra inúmeras dúvidas, basicamente sobre a sua eficiência.
Se uma aula transmitida por meio de videoconferência para alunos de outras cidades, Estados ou países pode garantir um ensino de qualidade é uma interrogação inerente a qualquer iniciativa educacional. O mesmo aconteceu quando surgiram aulas transmitidas pela televisão.
O Brasil faz bem em discutir no âmbito do Conselho Nacional de Educação possíveis regras para o funcionamento de cursos via Internet ou outros sistemas, já que certificados fornecidos por eles teriam de ser reconhecidos pelas autoridades da área.
Mas de nada adiantará qualquer tentativa de limitar a expansão de novas tecnologias -uma tendência sem volta, explorada ainda timidamente. Deve-se aprender a lidar com as novas possibilidades para o ensino e aproveitá-las no que têm de melhor, já que podem vir a ser a base de uma educação do futuro.

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