São Paulo, quarta-feira, 27 de novembro de 1996 |
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Arroz perde terreno e soja amplia a área
CARLOS ALBERTO DE SOUZA
Esses dados foram levantados junto aos produtores pela Emater (Associação Riograndense de Empreendimentos e Assistência Técnica e Extensão Rural), ligada ao governo gaúcho. A lavoura de arroz deve ser reduzida em 5,2%, passando dos 823.563 hectares da safra 95/96 para 780.904 hectares na atual. É o segundo ano de recuo da área de arroz, com diminiuição de 190.770 hectares. Em uma área desse tamanho, poderia ser colhido 1 milhão de toneladas de arroz, com receita de R$ 250 milhões. Os técnicos da Emater e os próprios produtores atribuem a redução de área às dificuldades de acesso ao crédito e ao endividamento do setor. O Rio Grande do Sul é o Estado líder na produção de arroz. Na safra 95/96 foram colhidas 4,158 milhões de toneladas. A área de plantio de milho deve sofrer redução de 3,6%, conforme a Emater. Na safra passada, em área de 1,768 milhão de hectares foram colhidas 3,319 milhões de toneladas. Para a atual, a previsão é de plantio de 1,714 milhão de hectares. O aumento previsto para a área de soja é de 4,4%, inferior aos 10% que os técnicos da Emater previam no início das avaliações. "Os produtores estão descapitalizados e com dificuldade de conseguir crédito", disse Aurelino Farias, funcionário da Emater. A soja passará dos 2,772 milhões de hectares cultivados na safra 95/96 para 2,894 milhões de hectares. A expectativa inicial era de que chegasse a 3 milhões de hectares. Em anos de clima normal, o Rio Grande do Sul tem sido o maior produtor brasileiro de soja. No ano passado, o Estado colheu 4,326 milhões de toneladas de soja. Mesmo quando não lidera na produção, mantém-se em primeiro lugar como o Estado que destina a maior área para o produto. Na última semana de outubro e na primeira de novembro, produtores rurais gaúchos realizaram manifestações no interior contra a "demora" na liberação do crédito de custeio. O ministro da Agricultura, Arlindo Porto, que esteve em Porto Alegre no último dia 5, disse que, dos R$ 5,2 bilhões anunciados para o custeio agropecuário no país, já haviam sido liberados R$ 3 bilhões. "O que existe são desinformações ou informações distorcidas", afirmou Porto. Texto Anterior: Selo vai identificar alimento natural Próximo Texto: Crescem negócios de mercado futuro Índice |
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