São Paulo, sexta-feira, 29 de novembro de 1996 |
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Indústria escolhe os pesticidas
BRUNO BLECHER
Nesse sistema, os fumicultores recebem as sementes da indústria e financiamento para compra de insumos. Plantam, colhem e entregam as folhas já secas, recebendo segundo a classificação do fumo. "O fumo mata a gente", diz Valdir Scheibler, 28, que plantou este ano 110 mil pés junto com o pai, Edgar, 53, e dois irmãos, em Venâncio Aires. A família espera tirar nesta safra cerca de R$ 30 mil. "Mas depois de descontar os gastos com adubos, venenos e lenha para as estufas, vai sobrar uns R$ 15 mil", diz Edgar. Valdir diz que o colono mal consegue tirar um salário mínimo por mês com a cultura. Os Scheibler compõem o perfil do fumicultor gaúcho, a maioria pequeno produtor, descendente de alemães, com propriedade de no máximo 20 ha. "Estou nessa vida desde os oito anos", diz Valdir, que reclama principalmente do veneno. "Quando a gente colhe o fumo molhado e pega sol quente em cima fica tonto", diz. O receituário agronômico da propriedade mostra os agrotóxicos utilizados nesta safra. Em 3 ha, foram aplicados cerca de 45 kg de veneno: 5 kg de acefato, 40 kg de Solvirex GR 50, 20 kg de Solvirex GR 100, além de 3 litros de Gamit e 7 litros de Prime Plus. (BB) Texto Anterior: Professor cria a 'teoria étnica' Próximo Texto: Associações não confiam nas pesquisas Índice |
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