São Paulo, sexta-feira, 29 de novembro de 1996
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Acareação compromete ex-dirigentes

FERNANDO PAULINO NETO
DA SUCURSAL DO RIO

As duas acareações entre os três executivos mais importantes do Banco Nacional levaram os investigadores do caso a acreditar que o sócio controlador Marcos Magalhães Pinto participava da administração do banco.
O advogado de Magalhães Pinto, Evaristo de Moraes Filho, disse que a acareação comprovou que seu cliente não participava da administração do banco.
Além disso, os investigadores se convenceram de que o ex-vice-presidente de operações Arnoldo de Oliveira e o ex-vice-presidente de controladoria Clarimundo Sant'Anna trabalhavam afinados. Antes, pensava-se que havia um "racha" entre os dois.
Os indícios de que Magalhães Pinto participava da gestão do banco são que ele despachava normalmente com os diretores das áreas de auditoria e risco de crédito (Geraldo Tonelli) e de controladoria (Clarimundo Sant'Anna).
Além disso, foi ele quem negociou com o presidente do BC (Banco Central), Gustavo Loyola, quando começou a crise do banco, em junho de 1995.
Magalhães Pinto afirma que Oliveira era quem tinha todo o poder para administrar o Nacional.
Perguntado, na acareação, por que Oliveira não o acompanhou ao BC -e sim Sant'Anna-, disse que o ex-vice de operações tinha que "tocar o banco". Entre julho e novembro, Magalhães Pinto esteve cinco vezes no BC.
Magalhães Pinto disse ter preferido se fazer acompanhar de Sant'Anna porque ele era "o homem do dinheiro". Sant'Anna disse ter, inclusive, sugerido a Magalhães Pinto que Oliveira deveria ter ido com ele a Brasília.
No depoimento, Sant'Anna tentou dizer que não era homem de confiança de Magalhães Pinto.
Ele disse ainda que Oliveira o convidou para ficar no banco. "Você me abraçou e me convenceu a ficar", disse o ex-vice de controladoria para Oliveira.
Balanço
Oliveira disse que o manteve por decisão de Magalhães Pinto. Sant'Anna disse então que ia "refrescar a memória" de Oliveira e que este havia lhe dito que Magalhães Pinto havia falado que Sant'Anna era "só de conversinha", mas que iria mantê-lo.
Sant'Anna disse que discutia todo o balanço com Oliveira antes de fazer um relatório para o comitê executivo e os diretores estatutários. Afirmou ainda que os balanços continham os supostos créditos fictícios, que chamou de "manipulação de volumes enormes".
Oliveira negou e disse que bastava ter criatividade para inventar uma história dessas.

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